terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Um grito de socorro da alma


A vida passa, o tempo passa a esperança passa
A solidão me acompanha
Ela me bate com seus arreios de espinhos venenosos
Que torturam minha alma
Esse é o carma de minha existência
Sou frequentemente esquecida, negligenciada pela minha existência
Abandonada no exílio de meus problemas
Sem amor próprio a esperança se torna uma droga alucinógena
A saudade é um ácido que se transforma em lágrimas que queimam minha face
Eu ouso as vozes da minha consciência
Mas elas não falam comigo
Só me punem
O desequilíbrio é grande dentro da escuridão que habita em mim
Eu quero sair daqui, eu não sou assim
Por que eu estou assim?
Porque sou viciada nesse ar tóxico que paira sob os limbos de meu ser?
Eu não sou normal, eu juro que eu sou

Aonde esta meu amor próprio?
Aonde estão as pessoas que prometeram me proteger de mim mesma?
Aonde está aquela garota que sorria de tudo?
Aonde está aquela garota vaidosa que demorava horas para se arrumar?
Aonde está minha dignidade?
Aonde estão os amigos que disseram que nunca iriam me abandonar?
Aonde está o homem que jurou morrer ao meu lado?
Porque ele teve que quebrar essa promessa?

Nessa vida fui apenas uma passageira na vida das pessoas
Logo fui esquecida por todas elas
Todas me abandonaram como se eu nunca tivesse existido
Não farei falta a ninguém
Ninguém me procurará
Meu corpo será penas encontrado pelo fétido odor da morte
Não tenho ninguém para me ajudar
Sou completamente só neste mundo de pesadelo e dor

Não tenho médicos
Todos eles desistiram de me tratar
Para meu caso não há tratamento é um lamento do ultimo médico
Dentro de mim um grito de ajuda
De socorro
De medo
Esse monstro está me devorando por dentro
Alguém me ajuda
Mas a voz não sai, apenas um suspiro engasgado de agonia
É pavoroso esse grito de morte que me tenta todos os dias
O medo povoa meu ser
Dentro de mim há gritos e mais gritos de socorro
Me ajuda, me ajuda, me ajuda, me ajuda
Alguém aí me escuta?
Tem alguém aí?
Imploro por socorro, uma corda para me tirar desse abismo
Uma esperança por misericórdia
Ninguém me ouve
Só escuto a triste melodia do silencio pulsando em meu coração

Clarisse Kempoviki

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