Se a vida é uma tragédia transforme-a numa grande ópera. Óperas são trágicas mas nem por isso deixam de ser belas. Eis aqui algumas "óperas" de minha vida...
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Dança das sombras
Sempre vagando
Sempre em sofrimento
Sempre questionando
Sempre sangrando
Sempre buscando em nada encontrar
Sempre esperando seu enterro
Ao despertar de mais um pesadelo a saudade me vitimiza
o gélida brisa da morte passa acaricia as feridas expostas
O sangue queima em minha alma
A saudade faz sua obrigação
Tortura com momentos que não voltam mais
Um grito sai de meu âmago
Abrace- me
Volta para minha vida,
Abrace-me
Deixa- me sentir seu gosto ao menos uma ultima vez
Abrace-me
Faça meus olhos brilharem pela ultima vez
Deixa te olhar pela ultima vez
Conceda-me a ultima dança
A dança que a morte nos proibiu de ter
Queria te esquecer, esquecer que você foi embora
Recolher os pedaços do meu coração humilhado pela sua falta
Queria que você voltasse a vida
Apenas um dia só para conviver com minha dor pela eternidade
Cada vez que te sinto me afogo em minhas cinzas para depois renascer
Esse é o eterno destino de uma Fênix
Que não tem mais prazer em voar
Mas sem toda essa dor eu nada seria
Não teria alcançado o que sou hoje
Por mais que a dor machuque
Ela muitas vezes não me fará mal
A sua ausência só me diz que homem como você jamais existirá
Que tenho que tirar do meu sofrimento a maldição de meu talento
Um dia as lágrimas irão secar
Um dia não haverá mais dor
Um dia não haverá medo
Apenas um leve suspiro de adeus
Pois uma hora cansarei de ser engolida pelas minhas falhas
De ser tomada por essa dor
Eu só preciso de uma mão para me resgatar desse poço de sofrimento
Alguém que me forneça amor e um novo romance
Que me leve para longe das sombras do que já passou
Que me tire das ruínas do amor
Não quero mais ser apenas uma garota com uma lágrima no rosto
Quero o sol para mim
A escuridão me contaminou
Mas quero dar adeus ao sofrimento o ultimo adeus a ele
Existem muitas histórias sombrias sobre mim
Que o passado só sirva de lição para não mais ser repetido
Mas no final ninguém se importa
Só o dedo que te sempre julgará
Agora dentro desta cela dentro de mim
Permaneço sozinha
Sem ninguém para me visitar
Aguardo com um sorriso irônico no rosto
Atormentada grito para sair desse lugar
Até meu folego se esvair em sangue
Essa sociedade pode ter meu corpo
Mas jamais terá o que habita em mim
Por mais que dentro de mim seja uma grande prisão
Dentro de mim sou livre
E nada pode me calar
Sou rainha de quem sou
Minha vida sei bem governar
Posso até falhar com punhos de ferro que a levo
Mas nem uma falha há muito se arrepender
Só preciso de amor para esse governo
Só preciso de um romance para fortalecer o reino
Nas sombras eu espero
Das sombras eu não consigo escapar
Tantas pessoas me vêm
Mas ninguém me vê como eu sou
A decepção já está nos meus extintos
Espero algum dia encontrar alguém que me mostre estar errada
Que me exalte, me trate como rainha de seu coração
Que faça escoar o tempo entre olhares infinitos
Que transforme todo meu sofrimento em amor
Que a escuridão faça-se dobrar sobre mim
Quem será o respirar de minha pele?
A ceda em volta em meu corpo?
O beijo em meu pescoço?
Os cílios postiços de meus olhos?
O batom de minha boca?
A cor em meus cabelos?
A maquiagem de meu rosto?
A tatuagem de meu braço?
E endorfina liberada que me liberta do meu sofrimento?
Espero viver um sonho anda não vivido
Fugir da angustia que me persegue
Que cessem os gritos em minha alma
Que o silencio de uma lagrima possa um dia dar lugar a um sorriso
Que a verdade vire dignidade
Que eu não seja mais esse vácuo que me tornei.
Clarisse Kempoviki
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